quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O meu outono!


O outono é como aquela estrada que ninguém quer percorrer, como se todos preferíssemos antes o sol, o calor, preferíssemos caminhar pela estrada mais quente, ao invés da estrada onde as folhas caiem, os dias são mais curtos, a luz parecendo que se escondeu algures atrás dum planeta distante. O vento cortante do outono, traz-me vontade de recolher, como se, apenas na concha me sentisse confortável. O outono passa por mim, tenho dificuldade em lhe dar de troca, como se em troca, passasse por ele sem o ver. Nesse momento, alguém me chama, prefiro não ouvir, como animal envelhecido procurando o calor, busco a certeza de que o outono, passará tão depressa quanto a minha vontade de o esquecer! Talvez o outono mereça ser contemplado, não é em vão que aceita ser relegado para segundo plano, e aceita o seu cinzentismo. Tal como o outono, também me arrefeço por estas alturas, como se me estivesse a preparar para novas aventuras. O momento do encontro, aparece sempre quando menos espero, quando já aquecido, decido dar as mãos aos afectos, aos bons ventos do diálogo, até porque no outono, é a solidão que toma conta de mim, porque na desordem em que caí, apenas a estrada do calor, me levará ao ponto do meu encontro!

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