Escrever
pode ser uma óptima desculpa para quem ainda não perdeu a esperança!
terça-feira, 30 de outubro de 2018
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
O outono!
Durante as
horas em que este verão, longo, que tarda em partir, coloquei-me perante o
dilema, mais do que tudo, prefiro o frio ou o calor? Gostava, já agora, que parecesse
sempre outono, como se no meio-termo, tivesse mais facilidade em me encontrar.
O outono, talvez me traga aquela melancolia que me prepara para a saudade que
tanto anseio manter. As saudades, tal como o outono, têm parecenças, ambas me
transportam para a ausência, ambas descendem de algo que sei ser impossível realizar, da luz que já foi, do inverno que se avizinha. No outono, encontro o equilíbrio,
os dias ainda têm aquela luz suficiente para me trazerem o sorriso de criança, daquela
criança que tarda em assumir-se adulta. De facto, existe alegria em qualquer fase
do nosso percurso de vida, da alegria inconsciente, imatura da idade jovem, até
aquela alegria que se limita a contentar-se em ter saúde, tudo isto após a
dieta e a mistura, do bom senso com a virtude. Acho que se tiver um pouco de
sorte, vou escolher abandonar a solidão, até porque na solidão, está o vazio,
não há festa. Do alto do meu lugar, deixo a solidão, para ser de novo quem deixei
de ser!
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Único!
Salvar o meu
dia, como se de único se tratasse, O mundo não muda,muda sim a forma como vejo o mundo!
Intelligence!
Há uma forma
hábil que fui descobrindo no encobrir das minhas sensações. Como antes alguém
dizia, todos os dias mentimos um número superior a dez vezes, seja aos outros,
seja a nós próprios. Atrevo-me mesmo a dizer que, no que toca a mim próprio,
devo usar essa técnica de mentir a mim próprio, muitas vezes ao dia. De uma experiência, ou de uma fuga a algo, tornou-se um hábito, como se me tivesse
tornado profissional nessas andanças. Não vem mal ao mundo, aliás o mundo pouco
ou nada se importa com o que faço comigo próprio, ou nada sabe do que
habitualmente cozinho comigo próprio, é uma rotina de que me tornei muito
experimentado. Tudo a propósito da escolha que faço no uso dos óculos para ver
o mundo. O mundo é o que vejo dele, depende da cor dos óculos que utilizo, o
mundo não muda, muda sim a forma como vejo o mundo.
sábado, 20 de outubro de 2018
Este meu dia!
Salvar o meu
dia, como se de único se tratasse, tal como tento salvar as minhas poupanças,
os meus amores, as minhas amizades, o meu emprego. Não tenho outro, é o único
que tenho garantido, as minhas memórias, o meu passado trouxe-me até este
momento. As tempestades que semeei, trouxeram-me até este lugar, muitas vezes
inóspito, outras tantas tranquilo quanto o leito do rio ao pôr-do-sol. Ao sol
deste dia, derretem-me as asas com que aqui cheguei, foram úteis, foram fieis
as asas da memória que aqui me fizeram chegar. Outra etapa se adivinha, mais
uma para salvar! Já não tenho recordações, apenas este dia para viver. Sou eu
que abrindo a boca de espanto, projecto as boas sensações que este dia me dará.
Correr, é o que me hoje espera, livre? preso? não sei, apenas correr enquanto o
dia durar!
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
O mundo
Talvez a
única forma de entender o mundo, seja não lhe dar a mínima importância, como
se, quanto mais o queira perceber, mais ele se mostra incompreensível. Habituei-me
a ver tudo pelas meias distâncias, algo que se mostra errado se quiser analisar
o mundo por essa forma. No conforto da minha pessoa, tento ver o mundo, quiçá
com óculos emprestados, como se esses óculos não fossem á minha medida, algo
que me causa arrepios, até porque somos todos feitos de uma medida única, nada
nem ninguém cabe em mim. Entendo que deve existir algures, uma forma que de
novo me obrigue a inventar o mundo ideal, como se existisse uma realidade
autónoma, que definiria para mim o modelo do mundo a existir. Tal como namorar
a perfeição possa parecer uma utopia, entendo melhor o mundo quanto mais me
debruço sobre os leitos dos rios, o nascer e o pôr-do-sol, ambos seguem o seu
curso, oferecem-nos beleza gratuita, não se questionam, todos as horas dizem
presente! O mundo não existe apenas no meu exterior, está pleno dentro de mim,
a minha escolha define o mundo em que quero viver!
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Do alto do meu lugar!
Do alto do
meu lugar, com a névoa da manhã debruçando sobre a minha janela, ouço a voz das
gaivotas, que em terra fogem da tempestade. Mais do que tudo, vejo a minha voz
cantando ao som do outono que tarda em aparecer. Por isso, lembro que o passado
me trouxe a este lugar, apenas e só para poder admirar este nosso lindo Tejo.
Este outono, que cabendo dentro de mim como se estivesse completo quando o
aprecio, traz-me aquela nostalgia dos dias mais curtos, como se obrigatório
fosse, apreciá-los intensamente. Sei que está por detrás meus olhos, admirar tudo o que
o universo me proporciona, nem sempre é fácil, apenas porque ouço demasiado o
barulho que invariavelmente me tenta toldar o espírito. É como procurar a luz por detrás da lua,
tarefa que descubro ser demasiada para quem apenas a alcança até ao virar da próxima
esquina! Do alto do meu lugar, ao som da beleza que alcanço, constato como o
quotidiano da minha vida e dos meus problemas, importa tão pouco e tão menos!
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