quinta-feira, 26 de julho de 2018

O lado lunar!










Por fim ao olhar para trás e ao observar o caminho, posso simplesmente entender que não foi por falta do sentimento que deixei de apreciar o que melhor se me apresentava. O meu lado lunar esteve lá sempre, tentando mostrar-me aquele seu lado mais sério, naquela perspectiva de me apresentar o filme sempre mais dramático, embora o lado sério ou mais sorumbático, tenha sempre peso importante nas decisões, não é pela sua imposição que não encontro a fuga que me leva a chegar ao porto sempre mais apetecido, a do gozo e da apreciação! Saltando de fuga em fuga, vou percorrendo o meu caminho. Há uma leve discordância entre a minha vontade de caminhar mais rápido, de ver resultados imediatos, da resposta que o silêncio me envia, assim a modos como, não é por caminhares mais rápido que chegas lá mais depressa, oiço eu à distancia, discordância essa que me leva bastas vezes ao ponto de não retorno, se já caminhei por aqui, por entre rochedos e silvas, vamos lá pelo mesmo caminho, a algum lado hei-de chegar. Nada do que é importante se perde verdadeiramente, apenas o tempo que troquei pelo silêncio muito poucas vezes escutado, até os melhores romances sobrevivem ao áspero do caminho, mas constato por fim, que o importante é apreciar a caminhada, o gozo é o caminho, mesmo muitas vezes sem saber onde estará a meta!


terça-feira, 24 de julho de 2018

Não sou o meu estado de espírito!








O estado de espírito serve para cada um como uma etiqueta que se pretende definir. Não sou o que o meu estado de espírito me quer demonstrar, tal como o vento, ele vem e vai, varia conforme as direcções,umas vezes leve, outras violento, muitas vezes morno. Tal como não sou o que escrevo, também não me limito ao que momentaneamente estarei a viver. Na penumbra do meu tempo, vive a mais inquieta das minhas questões. Que local ou vivência permanente pretendo encontrar? Talvez a vivência naquele lago, tranquilo na superfície, em grande turbulência nas suas profundezas, me faça acreditar que depende do meu lugar ou posição, a forma como me revejo ou transporto a minha vida. Naquele jardim onde a flor mais colorida se sobrepõe ás demais, é lhe fácil tomar posição de ascendência, julgando-se superior ás outras, considera-se no direito de decidir os caminhos de todas, o seu estado de espírito é de grande confiança e amor próprio, bastando a falta de chuva ou de sol para lhe alterar o brilho e a transformar igual ás demais. Serei sempre mais do que as minhas aparências ou vivências momentâneas me querem demonstrar, nem frio quando o sol se esconde, nem conquistador quando o ambiente me aquece o espírito! É o tempo a que me dedico que me torna diferente e importante!

sexta-feira, 20 de julho de 2018

O encontro





- Vem ter comigo, diz a noite para o dia, - vem que não espero mais.
- Como, se não te vejo? Até ouvir a tua voz não sabia que existias.
- Ouvi dizer que é lindo viver contigo,
- Ouviste?
- Sim, disse-me a Lua, ela está longe de ti mas vê os teus raios cada vez que passa mais perto de ti.
- Sabes, diz a noite, se viesses ter comigo, deixavas de ser dia, em lugar de dois, passávamos a ser um
- Não sei o que será ser noite, costumas ver o céu?
- Sabes, diz a noite, por aqui o tempo não passa depressa, os quintais não dão flores, nem sequer uma árvore para ninho de pássaros.
- Gostava de te ajudar, mas se for ter contigo passo a ser igual a ti.
- O céu por aqui é escuro, dizem-me que contigo é azul.
- Sim, da cor do oceano. E também as cores, por aqui as cores são muitas e variadas.
- Vem ter comigo, traz-me as tuas cores contigo.
- Não posso, assim as cores deixavam de ter brilho.
- Proponho um acordo, diz o dia, vem tu ter comigo, largas a escuridão, assim passas a conhecer a beleza e o aroma de tudo.
- Mas assim deixo de chorar, deixo de me lamentar, deixo de dizer mal do mundo.
- E não é assim melhor?
- Não sei, o que gostava é de ver o céu, ver o oceano contigo, mas tenho receio de que assim, nunca mais poderia lamentar-me, achas que é bom deixar de lamentar? Deixar de chorar?
- Não sei o que é chorar, ou lamentar, por aqui vivemos em busca da alegria. Sabes? O importante é o caminho, aquele que é invisível aos nossos olhos.
- Mas eu não posso ir ter contigo, o que faria a tudo a que estou tão presa?
- Presa? Mas o importante não é gostares e tratares bem de ti? Admirares o céu, o oceano, as flores, o pôr-do-sol?
- Sabes? Eu até acho que gosto da dor, gosto da companhia dos maldizentes, até gosto de sofrer como eles, se viesses fazias-me companhia. 
- Não te quero contrariar,mas aprendi que o que é importante é ao que te ligas, se te ligas á alegria ficas como ela, se te ligas ao azul do céu, unes-te com ele, se te juntas ás flores,recebes o seu aroma em troca. Vem ter comigo, não te vais sentir enganada!


quarta-feira, 18 de julho de 2018

As rugas


Diz-se que as rugas são a prova de experiências para contar, como se sem elas não tivesse nada para acrescentar, ou será antes o vazio de existência que me inibe de o mostrar? O trilho faz-se muitas vezes pelo lado mais conveniente, até porque o cansaço não perdoa, talvez até porque quando se torna fácil, a vontade escasseia, o que sei, é que na tela que se pinta, se escreve muitas vezes o nosso ser mais escondido, aquele olhar muitas vezes disfarçado! O espelho mostra-me as rugas, sim, em cada uma está a marca do meu caminho, tantas vezes em sentido contrário, outras, seguindo os demais, poucas, buscando a solução! Em cada ruga mostrada, está tudo em que pouco me revejo, ou será antes a razão porque vezes sem conta, me desconsidero perante os outros? Não sei, também não é importante descobrir, o espelho pode estar partido, pode mostrar-me apenas um dos muitos lados obscuros da questão. O que descubro, o silêncio, aquele que me demonstra que cada ruga é um passo dado a caminho da solução, o silêncio é o meu companheiro mais fiel, sempre cumpriu o seu compromisso, nunca gozou férias, ou alguma vez pediu baixa, sempre mostrando a sua presença, nunca imposta, roubando tempo ao tempo desinteressante. A ruga que me mostra a sua presença, é mesmo aquela que não se envergonha de o demonstrar, a ruga mostra-me que o silencio muitas vezes se transforma em esperança, outras em alegria, quase sempre sem se erguer, apenas considera que aos demais, não lhes é pedido qualquer compromisso, até porque não sabem o seu significado, aos outros, que sigam o silêncio, sim, quase sempre debaixo de barulho ensurdecedor, até porque é com o contraditório que se lhe encontra mais valor!

terça-feira, 17 de julho de 2018

As vivencias





Tal como nos iludimos, julgando sermos donos das coisas ou dos outros, vou preferindo o passado ao futuro, na ideia que nada pode melhorar. Realmente sou levado a acreditar que arranjo sempre maneira de tudo transportar comigo, sejam as amizades que se perderam, fossem os amores que não deram certo. A capacidade que tenho em despertar os fantasmas á muito enterrados, é a mesma capacidade que me faz acreditar, que nada do que é importante se perde verdadeiramente! Sou o mundo que transporto, as vivências experimentadas, os desamores vividos, as desilusões sentidas, as alegrias que se viveram, os objectivos cumpridos! Amar intensamente é a solução, amar nunca foi o problema, apenas a minha forma de amar. Não sou de ninguém, não sou dono de nada, apenas tenho a possibilidade do aluguer, do empréstimo sem termo certo, uso enquanto não estrago, quando tomo posse, o encanto esvai-se, perde-se, desaparece. Sou levado a imaginar que nada tenho, que tudo possuo, hoje pobre, ontem rico, sendo que a riqueza não se mede pelo que tens, antes pelo que vales! A eterna dúvida se vale ou não a pena, lutar para dobrar o cabo da esperança, lutar contra os demónios imaginários, aqueles que sempre existiram, mas que nunca apareceram de tão imaginários que eram. Mas sim, vale a pena dobrar o cabo imaginário, e procurar encontrar á esquina, tudo aquilo que procuro ser verdadeiramente!

sábado, 14 de julho de 2018

A concha




Descobrir porque tantas as vezes a concha é o meu refugio, como se ela se abrisse conforme o meu passado, tentando que ela própria seja o porto seguro do presente, talvez penso eu, dentro dela me ache no direito de sarar as feridas! Em momento algum devo curar as inseguranças como um escravo procura a sua liberdade, fugindo não é a solução, tentando a fuga apenas engrosso o problema, talvez porque, só quem se mostra tem o caminho aberto para se poder encontrar! Ao homem é lícito desejar tudo aquilo que não tem, como se o sonho lhe bastasse para alegrar a sua vida, dentro da concha, acabo por ser o que pretendo ser fora dela, até porque dentro dela não existe o contraditório, esse espelho que não esconde o que tantas vezes me apresso a disfarçar. Acabamos por enxergar qualidades que sentimos não existir em nós mesmos, talvez porque dentro da concha, as feridas transformam-se, curam-se, fazem-nos crer que existem apenas para disfarçar, apresso-me a agarrar a primeira notícia, que dentro da concha estou para somar e não completar!

quinta-feira, 12 de julho de 2018

A paciência!




A paciência ou a falta dela, será talvez uma das chaves para uma vida mais tranquila. Saber acompanhar os ritmos da vida, ter a tranquilidade, a paciência, a confiança de que a vida cuida para além de mim, é sem dúvida a porta que se me abre para um viver mais descansado! Entre as lutas internas, há um anseio que carrega a esperança! Decifrar a esperança é a resposta do €1M. Não se entende a esperança, muito menos a paciência! A paciência é o barco que me leva no meio dos meus medos, dos meus desgostos, das minhas neuras e das minhas ansiedades! É nesse trajecto feito de tantas dúvidas, que encontro forma de me prender a esse porto seguro, de me segurar, tantas vezes com o corpo já bem fora da embarcação, a vontade de tudo deixar por não compreender o porquê, a corda que me segura, talvez porque tenha vida própria, essa mesma corda que me enxota para fora, já em porto seguro, e me diz, vai, não olhes mais para trás,vai, lá atrás já nada existe, eu sei, não vês para a frente, é normal, não te preocupes, mas vai, só mais um passo, tem paciência!