segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A casa sempre por acabar!



A casa inacabada é tão só mais uma forma de ver e analisar a minha existência. Deparo que já se passou aquilo que considero metade do meu período de vida, e constato que ainda não passei da primeira fila de tijolo! Como se estivesse sempre por acabar, como se estivesse sempre a iniciar o processo de construção. Acabo sempre por descobrir aquele vício que carrego constantemente comigo, que não é menos que aquela auto sabotagem que me habituei a desenvolver, aquela forma de destruir tudo aquilo que já não considero importante. Como se tudo aquilo que fui ontem, hoje já não considere importante. E depois aparece a beleza, sempre naquela sua tão surpreendente aparição, que ao virar de uma esquina irrompe do nada, surpreendendo até aquela minha eterna dúvida sobre se ao tentar sabotar toda a construção do meu edifício, mantenho ainda a vontade de a viver intensamente. A beleza surpreende-me das formas mais variadas, aparece-me sempre do nada, faz com que tudo o que venho desperdiçando, se transforme ela mesmo numa nova esperança. Como se me fosse indiferente voltar a começar de novo, como se a nova fila de tijolo fosse encarada como nova oportunidade de solidificar o muito já conseguido, até porque é na construção que está o caminho. Acabo finalmente por descobrir que a casa talvez nunca vá existir, talvez porque estará sempre inacabada!

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A desconfiança!





A desconfiança, o medo de falhar, é apenas a desculpa que encontro para não continuar a desbravar o caminho. As insónias e as neuras, carregam nelas a fé quase sempre adormecida. O decifrar das mesmas, torna-se muitas vezes na resposta incompreendida! Sem desfeitas, decido nem sufocar, muito menos prender, aquela vontade, aquela fé inabalável que me sustenta a ideia de ser alma livre. Tanto os meus erros, bem como os acertos, não são menos do que farras internas, como se me sentisse indigno em festejar a minha lealdade ao pulsar dos meus sonhos e devaneios! Provando a minha amizade às saudades que sinto em ser alma livre, vou procurando essa alegria em tudo o que os meus sonhos vão agarrando, como se sentisse aversão a tudo o que considero rasteiro e pouco ambicioso. A mágica de todo este filme tem apenas uma definição, é que o filme não se constrói do telhado para o chão, não se revela de trás para a frente, o filme apenas me mostra, que entre erros e acertos, vou pintando os meus sonhos e bordando o meu futuro, quase sempre com um pé, e uma fé inabalável naquele que é apenas a projecção do meu passado!

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A mudança!



Talvez tenha preguiça de pensar todas aquelas ideias que sempre me aparecem quando não me quero questionar. Esta corrente que me embala todos os dias, que não me pede autorização, que me coloca perante o já decidido, que me obriga a pensar sobre o que é importante, é a mesma corrente que me permite o descanso quando por exaustão, decido desistir de ganhar a minha razão! Comparo-me a tudo e a todos, comparo até a razão com a razão dos outros, sou por natureza avesso á mudança, luto contra a corrente que me grita suavemente, agora já não tens mais caminho por aí, é tempo de mudares, é tempo de virares a atenção para outra via. A mudança é tão mais dura quanto lhe resisto! De facto a passagem é curta, hoje já não o menino inocente, parece que foi ontem, tanta mudança acontecida, tantas ainda para acontecer, a energia e a rebeldia sempre presentes, não o consigo alterar, como se sem essa rebeldia fosse apenas mais folha levada pelo vento. O que tudo muda, é isso mesmo, a mudança, deixarmos a mudança fazer o que mais certo e importante nos convém. O resultado, hoje mais menino do que alguma vez o imaginei, o contraste de que por baixo da carapaça vive um menino, que já não acredita no Pai Natal, mas que acredita que a razão, é apenas um entrave para apreciarmos a mudança!

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Pode ser que dê certo!




Sabes, assim até dá mais jeito, juntamo-nos, é mais prático, porque vê, ambos estamos sós, temos tantos amigos em comum, até pouparíamos na renda, olha, assim fazemos companhia um ao outro, já ninguém nos vai poder julgar, vamos finalmente poder aparecer juntos, em todos os eventos sociais, já viste o que seria olharem para nós, com aquele ar crítico, olha aquele está sozinho, coitado, deve ser muito triste. Vais ver, acredita em mim, pode ser que dê certo! Vale tudo desde que dê prazer ao outro! O encanto é algo difícil de acontecer, obriga-me a pensar enorme, algo a que não estou habituado. Com o encanto tudo se relativiza, nada é mais importante que o silêncio que me envia todas aquelas mensagens de hora a hora. O encanto abre-me perspectivas, mostra-me o que verdadeiramente é importante. Na sombra do meu canto, olho, observo, vislumbro uma réstia de esperança para algo que julgava ter perdido, que ao tentar agarrar a primeira que vejo, deparo-me o quão fraco e necessitado estou a cada segundo em que não estou acompanhado! É naquela penumbra, escondida por detrás da nuvem, que vislumbro o que pensava ter perdido, naquela sombra descubro o lado bom do viver, que ao findar de cada dia, encontro outra forma de não mais me enganar!