É curioso,
tantas vezes a pergunta efectuada, a resposta de tão longe quase não percebida,
como se donde viesse nos parecesse inexistente, como se ela própria acabasse também
nos perguntando, como se tivesse receio em nos confrontar. A pergunta simples
que apenas deseja resposta ainda mais simples. Se o que sou, sei-o bem, mas de
tão simples não o consigo exprimir, sou levado a crer que talvez tenha receio
em acreditar, sobretudo aceitar aquele desejo mais fundo em mim, que apenas não
seja o sumo do que o mundo deseja para mim!!!
sexta-feira, 29 de junho de 2018
quarta-feira, 27 de junho de 2018
Os mistérios
Quando a procuro
controlar esvai-se-me entre os dedos. Se procuro agarrar, escapa-se-me. Nem
mesmo quando a tento roubar, mesmo com toda a rapidez, a consigo prender. Ás vezes
penso que a beleza só atrapalha, como se me intoxicasse até ao desmaio, como se
entrasse em pânico por sentir que a posso perder. Todos os cuidados são poucos,
é um trabalho enorme, cheio de mistérios. O maior mistério é quando quero
pensar enorme. Quando penso que já cheguei ao cume do mastro maior. Aí encontro
a beleza, gozo-a, usufruo dela. Tento-a agarrar de novo, escapasse-me
novamente. Tudo se goza, nada se controla, o mistério de correres a favor da
corrente, ao invés de remares contra a mesma!!!
terça-feira, 26 de junho de 2018
O Homem do leme
Tal como na
canção “o homem do leme” um barco ruma, para onde vai? Tentaram prendê-lo,
impor-lhe uma fé, vai quem já nada teme, o homem do leme. Atrevo-me a dizer, como
se fosse um crime sentires-te mal na tua companhia. Até porque acredito que os que
não morrem, mais depressa se encontram, certo?
Escrever
pode ser uma óptima maneira de preencher uma sombra, seja a do homem que perdeu
o leme, seja aquele que eternamente tenta agarrar a sua. De qualquer modo,
somos os mais cobiçados e os mais corajosos, nem que seja para nós próprios, o
homem do leme, tanto perseguiu a sombra, tanto navegou nessa rota, que perdeu o
rumo!!!
segunda-feira, 25 de junho de 2018
A inquietação!
Ao perder a
memória do que antes criei, acabo por descobrir alguns tópicos antes
esquecidos, que julgava efémeros, mas que constato bem necessários, até porque
eventualmente poderão no futuro parecer novos e genuínos. Penso que o que faz
com que queira continuar vivo e com vontade de criar, só pode vir de algo como
uma inquietação constante, algo que me coloca repetidamente na posição de tudo
questionar, como se nada fosse verdade e tudo fosse verdade. A mãe da criação
não é mais senão filha do sentimento da inquietação, talvez porque através dela,
acabamos por nos construir duma forma muito mais verdadeira.
sábado, 23 de junho de 2018
Os Impulsos
A distancia
entre o querer e o desejar cabe em todos os meus desígnios. Quero muita coisa
que desejo, mas não consigo querer se não o desejar. Se calhar, esses
entusiasmos e impulsos, nunca aconteceram, foram apenas recordações sonhadas,
umas queridas na memória, outras mais frias ou mornas, ou talvez tenham apenas
acontecido com outra pessoa que não eu próprio, se calhar apenas retive as
emoções que esse alguém imaginário me transmitiu. É espantoso como acabo por descobrir
que esses impulsos nasceram de sugestões de outros, e dessa forma
rapidamente esquecidos, como se me tivesse abandonado na encruzilhada de procurar-me a mim!
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