quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ano velho,Ano novo!



Então que ano novo venha, que as minhas expectativas surjam renovadas, este ano que agora finda, a ele lhe chamo velhinho, porque antigo e passado, ano que passa, que muitas marcas deixa, muitas lições aprendidas, hoje pensava para comigo, numa memória passada, passou-se há tanto tempo, para aí há quatro anos, não, por acaso não é verdade, de facto, passou-se há quatro meses, tão intenso o ano velhinho, de facto, tão vivido este ano que agora finda, neste ano que marca, o ano em que tantas vezes morri, em tantas me recriei,em que tantas me renasci, ano em que muitas vezes me distraí, apenas deixei de aproveitar os momentos que me eram oferecidos,tanta coisa á qual me deixei vencer dentro de mim, promessas, que acredito não querer repetir, no ano que se avizinha, elaboro tantas promessas, acredito que as vou cumprir, pelo menos na minha cabeça, é sempre mais fácil, cumprir as promessas na minha cabeça. Que o ano que agora começa, me traga mais discernimento, que de facto renove as minhas expectativas, que alivie a minha mente, para que ela não mais sobrecarregue os meus ombros, que o ano que agora começa, seja sinónimo de alegria, que o encontro sempre procurado, seja finalmente encontrado, que, no ano que agora começa, encontre em mim, formas de saber escolher, o melhor para o meu caminho, que não me deixe cair na tentação, de sempre escolher, o mais fácil, o mais rápido, que encontre razão, nas minhas decisões, que saiba optar, por melhor decidir, que saiba dizer não, ao que parece tão politicamente correcto, que saiba escolher, que saiba optar, mesmo quando todo o mundo, me empurra para estar quieto, que saiba ser digno de mim próprio, que este ano que agora começa, me ensine a escolher a alegria ao invés da resignação, o amor ao invés da inveja, a paz ao invés do orgulho
!


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O meu Natal!



O Natal marca uma data, um período, todos os anos o celebramos, algo que entrou naturalmente nos nossos hábitos, como se o ano não existisse, não fosse o mesmo, se não o celebrássemos. No Natal é suposto sermos solidários, essa é a condição subjacente a esse período. É talvez a altura do ano, em que mais nos damos aos outros, a quadra que se celebra, empurra-nos para isso. Recordo os Natais em que era mais novo, vivia-os intensamente, sentia a magia no ar. Como Pai, voltei a senti-lo através dos meus filhos. Era suposto o Natal sempre existir, dito de outra forma, era suposto a mesma solidariedade existir sempre, não só no período do Natal. Habituamo-nos ás datas, a seguir ao Natal vem o Carnaval, nesse período é suposto sermos alegres, oficialmente só nesse período, antes ou depois, já depende de muitos factores, de seguida a Pascoa, nesse período está previsto sermos comedidos, no Natal o nascimento, a alegria, na Pascoa a morte, a ressurreição, diz a data para aí sermos respeitadores. Daí até ás férias de verão é um pulo, até essa data chegar, programamos o período onde finalmente vamos descansar, nos vamos divertir, nessa altura, é suposto fazermos tudo o que não conseguimos ao longo do ano, é hora para o divertimento, é suposto aí divertirmo-nos, o período das férias a isso permite. Concluímos o ano com a passagem para o ano seguinte, onde é suposto saltarmos, divertirmo-nos, estar junto de quem mais gostamos, fazermos o balanço do ano que está a findar, fazermos as previsões para ano seguinte, sonhar com um ano cheio de acontecimentos felizes, de sonhos a cumprir. Descubro então que o ano passa a correr, vivo o ano a projectar-me para o período a seguir, estou sempre projectado na quadra seguinte, acabo por me perder na programação das datas, penso de acordo com a quadra, ou momento que se está a passar, no Natal não raciocino como se estivesse no período das férias, ou vice-versa, é estranho mas é a realidade, o meu pensamento está condicionado á época que estou a viver. Deparo que não sou solidário quando me era pedido, projecto a solidariedade para o Natal, aí é que deve ser o momento próprio, divertir-me durante o ano, não o devo fazer, está programado para acontecer só no período das férias, por aí fora, em diante. É pouco viver assim, constato que vivo condicionado, parece-me que vivida assim, a vida se mostra muito limitada. Entendo que me sinto realizado, mais feliz, quando me liberto destes condicionamentos, a vida sorri-me quando corto com estas amarras. Volto ao Natal, período em que sinto todo o mundo feliz e solidário, não interessa se só por esse período, é o tempo de cada um, realizo que vivo mais feliz, quando deixo o Natal, acontecer todos os dias, sinto-me mais humano, quando não condiciono o que sinto ou penso, só á quadra que estou a viver, descubro que o ano que vivo, pode ter datas, pode ter quadras, pode ter festejos, pode ter-me inteiro, ou apenas dividido, condicionado ao que se vive no exterior, ou apenas contente por saber que Natal, pode ser todo o ano!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Expor!



-Olha, a vida foi-me mostrando, foi-me ensinando, a despedir-me das pessoas que antes amei, mas sem realmente as esquecer, sem as apagar do meu coração.                                                                                           -Sabes? É como se todas fizessem parte, mas também, nenhuma fazendo parte.                                                                                                              -O que te resta, o que te ficou dessas experiencias?                                 -Uma pessoa melhor, pelo amor dado, pelo amor recebido.                           -Como ficaste, qual o resultado dessas vivencias?                                                                                                                    -Uma pessoa mais cheia, uma pessoa mais clara, pelo amor partilhado!                                                                                                        - Como lidas com as tuas memórias? Com as tuas experiencias anteriores?                                                                                                                        -Sou o que sou hoje, pelas experiencias acumuladas, pelas lições aprendidas, não seria o que sou hoje, sem as lições anteriores, hoje sinto-me melhor pessoa, posso dizer que hoje sou feliz comigo.                                                                                                                          – Sou feliz porque a vida me ensinou a gostar de me expor, tão mais fácil viver no meu casulo, reparei que tão infeliz era no meu casulo, descobri que não basta estar vivo, depende de como estou vivo, descobri que dentro do meu casulo, era apenas eu, perdido, fazendo mal a mim próprio.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O significado!



Nem todos os caminhos são o mesmo, uns levam-nos a um fim, outros conduzem ao nada, entendo que não é o caminho o importante, é o seu significado, se tiver significado então é um bom caminho, no inverso, se não tiver, é como que esse caminho existiu, mas sem utilidade, aceitar com alegria que o caminho encontrado, está cheio de contradições, mesmo no caminho com significado, ele há momentos de alegria, mas também de desespero, aí nasce a confiança, de que vale a pena prosseguir, descubro que no caminho com significado, as coisas mais simples que encontro,
são as mais importantes, como se para as descobrir, tivesse que vestir a pele de sábio, que ainda não sou!

sábado, 13 de dezembro de 2014

Até á ultima palavra!



Escrever até á última palavra, que não falte nem uma vírgula, até á última palavra a escrita está suspensa, quem escreve está inválido, a escrita nunca está concluída, existe sempre algo para acrescentar, mesmo quando concluída a escrita ainda pode ser retocada, só me sinto inteiro, quando a escrita ainda por concluir, dá lugar ao leitor, a vida de alguém que gosta de escrever, é tal qual um mendigo que espera pelo carimbo do leitor, só inteiro quando a escrita aprovada, sinto-me sem alma sem lar, enquanto não me transformo em leitor! 
A escrever tenho tempo, tenho amplitude, vejo a planície, ampla, á distancia, não estou limitado pelo imediato, pela imagem e sombra do sobreiro, enorme á minha frente, volto a ser leitor, a gostar daquilo de quem escreve, percebo o que me quer dizer, talvez nem ele saiba o quanto, volto a escrever até á ultima palavra, já sei a virgula que no texto vou colocar, volto a gostar daquilo que leio, volta a gostar de quem escreve!