terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Mais futuro garanto ter!



Engraçado como o tempo funciona em nós, muitas vezes somos nossos maiores adversários, outras os maiores amigos, dependendo das circunstancias, algumas vezes nas mesmas circunstancias, somos adversários e amigos, somos uma constante rotação de conclusões, vamos concluindo, vamos fechando etapas, umas ganhas outras perdidas, mas todas contando para a corrida do tempo, não sabendo nunca quando essa corrida terminará, acho esquisito falar do meu tempo porque sou fixado no mito da eterna juventude, depois de vinte, de trinta, de cem anos, nem o tempo é mais nosso, acabo por entender que o meu dever é de apenas cumprir o mito de ser hoje! Mas o tempo primeiro fixa o nosso tempo, sem nunca primeiro o avisar. Porque essa é a sua verdadeira natureza, viver nunca sabendo a extensão do mesmo, algo como, vê lá se aproveitas enquanto é tempo, porque não sabes quando outra virada acontecerá. No entanto, volta não volta, esqueço-me, distraio-me, perco a noção da realidade, confesso que é uma constante, perder a noção da realidade, mas há algo que me chateia com a ideia do tempo, é não tornar a admirar nunca mais, o pôr-do-sol naquela praia, algo que me deixará vazio para sempre, achar que mesmo quando deixar de ser tempo, o pôr-do-sol naquela praia continuará, como se tornasse uma imposição, deixar tudo para trás, porque se o vivi, se o adorei, terá que permanecer comigo para todo o sempre, talvez sim, talvez não, enquanto isso, vou realizando que quanto mais velho me torno, mais futuro garanto ter!                   

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O meu lugar!



Gostamos do lugar onde vivemos, ou do que vivemos no lugar? No lugar onde vivemos, temos vivências boas, memórias boas, outras menos boas, essas não as queremos nem lembrar, mas será que quando de lugar mudamos, também mudamos nosso lugar? Quando mudamos de lugar, será que mudamos vontade de mudar? Somos todos iguais, somos todos diferentes, cidadãos do mundo, mesmo quando nos mantemos no nosso lugar, não somos só desse lugar. Transportamos o nosso mundo, comparamos nosso mundo com os outros mundos, comparamos nosso lugar, com outros lugares, como é possível comparar mundos? Há sempre um mundo novo para conhecer, outro lugar para conhecer, aquele mundo, diferente do meu, cresceu, perdeu, ganhou, emancipou-se, não é melhor, não é pior, apenas outro mundo, apenas outro lugar! Seja como seja, em cada lugar acabo por encontrar o meu lugar, é uma evidencia da facilidade em como nos sabemos adaptar, seja como for, não sou saudosista, descobri que a minha obsessão por me fixar em cada lugar, não é o prémio que achei merecido para colocar minha mente em ordem, apenas uma simulação inventada por mim, para ocultar a desordem criada pela minha própria natureza, porque deveria ser um direito de cada um, escolher o seu próprio lugar e mudá-lo as vezes que sonhasse, um lugar de nada serve se não estiver inteiro nesse lugar!


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Posição de espanto!



Aquela eterna tendência de pensar que não existo, sem que os outros me reconheçam. Eu sei que algures, em algum lugar, me esqueci de mim, troquei-me pela opinião de muitos, esses, também perdidos nessa cruel tendência. Descobri como condicionado sou, pela opinião dos outros. Ser reconhecido, mostrar ao mundo que existo, múltiplas formas de mostrar a mim que existo, que sirvo para algo, como se essa batalha não tivesse fim.Vem sempre o dia, o momento, em que concluímos que o jogo é outro, não és o que tens, não és o que conseguiste, não és o que tentas de todas as formas indiciar aos outros que és, pura e simplesmente és, um ser, simples e finito, humano, com defeitos, virtudes, que apenas deseja sentir paz, tranquilidade, alegria, amor na sua vida. Como se tornasse urgente elevar o nosso ser á posição de espanto, como se a partir daí a vida se abrisse, o mundo se tornasse diferente, e tornou-se diferente porque a cor dos meus olhos mudou,a partir daí, o mistério não é mais o de tudo, passa apenas a ser
 
a distancia entre o que antes perdi, e o que finalmente descobri!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Aquelas palavras!



As palavras que se juntam, que se formam, que criam uma história, que deixam uma herança, deixam memórias, como se dum legado se tratasse, as palavras ajudam-nos a transmitir consciência, sabedoria, experiencia, servem para aos outros ensinar! Com as palavras fazemos a paz, com as palavras fazemos a guerra, as palavras têm esse poder, definimos nossos territórios com as palavras. Muitas vezes queremos o impossível, que os outros nos entendam, quando nós próprios não nos soubemos transmitir, talvez porque sem as verdadeiras palavras lhes demos isso a entender. Nos encontros e desencontros, as palavras assumem papel decisivo, uma só palavra serve para aproximar, também para afastar, as palavras têm esse poder, de nos juntar, de nos distanciar, as palavras ultrapassam o medo de as expressar! Difícil às vezes comunicar, porque há barreiras a ultrapassar, achamos que os outros não nos vão entender, mesmo nesses momentos, as palavras são nossas aliadas, é com elas que quebramos o gelo, é com elas que ultrapassamos os impasses, porque outra vez nos fizemos entender! Muitas vezes evitamos usar as palavras, presumimos que os outros nunca nos vão entender, achamos que se trata duma perca de tempo, é verdade, perdemos muito tempo, apenas porque as palavras as evitámos usar!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O vizinho!

Dizia-me o meu vizinho que o amor (na versão dele) já não é o que era, que já não há mais respeito, que agora, ninguém quer compromissos, que nos tempos de hoje, se vive a vida sem horizontes, que agora, as pessoas pensam só no curto prazo, limitam-se a olhar para o seu próprio umbigo e decidem de acordo com essa opção, é uma visão, respeitável como outra opinião qualquer, de facto, somos as nossas circunstancias, e por tendência concluímos tudo baseado nelas, fossemos nós de outra região, de outro continente, com outra cultura, pensaríamos de certeza de forma diferente da actual, tudo de facto é relativo, o que ontem jurámos como sendo uma verdade absoluta, hoje já duvidamos um pouco, somos assim, corremos e saltamos de conclusão em conclusão, conforme o ventos sopram, e no inverso, nem vale a pena sermos demasiado teimosos com as anteriores convicções, a vida vai-nos mostrando, que deveremos ser como a água que corre no leito do rio, fluída, sem resistência, quando caímos nessa asneira da teimosia das anteriores convicções, na maior parte das vezes, sofremos as consequências do isolamento, ser de todos, mas não de todos, talvez seja o caminho, como se diz no provérbio, “não há que ser forte, há que ser flexível”, como se quando se pretende ser dono da verdade absoluta, invariavelmente acabamos no fundo do poço, isolados, no limite não vale mesmo a pena levar-nos muito a sério, é que não somos mesmo nada  de especial, somos muito, mas também somos pouco, depende sempre do angulo por onde olhamos, mas uma certeza tenho, sou sempre muito quando faço bem a mim próprio!