Engraçado como o tempo funciona em nós, muitas
vezes somos nossos maiores adversários, outras os maiores amigos, dependendo
das circunstancias, algumas vezes nas mesmas circunstancias, somos adversários
e amigos, somos uma constante rotação de conclusões, vamos concluindo, vamos
fechando etapas, umas ganhas outras perdidas, mas todas contando para a corrida
do tempo, não sabendo nunca quando essa corrida terminará, acho esquisito
falar do meu tempo porque sou fixado no mito da eterna juventude, depois de
vinte, de trinta, de cem anos, nem o tempo é mais nosso, acabo por entender que
o meu dever é de apenas cumprir o mito de ser hoje! Mas o tempo primeiro fixa o
nosso tempo, sem nunca primeiro o avisar. Porque essa é a sua verdadeira
natureza, viver nunca sabendo a extensão do mesmo, algo como, vê lá se aproveitas
enquanto é tempo, porque não sabes quando outra virada acontecerá. No entanto,
volta não volta, esqueço-me, distraio-me, perco a noção da realidade, confesso
que é uma constante, perder a noção da realidade, mas há algo que me chateia
com a ideia do tempo, é não tornar a admirar nunca mais, o pôr-do-sol naquela
praia, algo que me deixará vazio para sempre, achar que mesmo quando deixar de
ser tempo, o pôr-do-sol naquela praia continuará, como se tornasse uma imposição, deixar tudo para trás, porque se o vivi, se o adorei, terá que permanecer
comigo para todo o sempre, talvez sim, talvez não, enquanto isso, vou realizando que quanto mais velho me torno, mais futuro garanto ter!
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
O meu lugar!
Gostamos do lugar onde vivemos, ou do que vivemos
no lugar? No lugar onde vivemos, temos vivências boas, memórias boas, outras
menos boas, essas não as queremos nem lembrar, mas será que quando de lugar
mudamos, também mudamos nosso lugar? Quando mudamos de lugar, será que mudamos
vontade de mudar? Somos todos iguais, somos todos diferentes, cidadãos do mundo,
mesmo quando nos mantemos no nosso lugar, não somos só desse lugar. Transportamos
o nosso mundo, comparamos nosso mundo com os outros mundos, comparamos nosso
lugar, com outros lugares, como é possível comparar mundos? Há sempre um mundo
novo para conhecer, outro lugar para conhecer, aquele mundo, diferente do meu,
cresceu, perdeu, ganhou, emancipou-se, não é melhor, não é pior, apenas outro
mundo, apenas outro lugar! Seja como seja, em cada lugar acabo por encontrar o
meu lugar, é uma evidencia da facilidade em como nos sabemos adaptar, seja como
for, não sou saudosista, descobri que a minha obsessão por me fixar em cada
lugar, não é o prémio que achei merecido para colocar minha mente em ordem,
apenas uma simulação inventada por mim, para ocultar a desordem criada pela
minha própria natureza, porque deveria ser um direito de cada um, escolher o
seu próprio lugar e mudá-lo as vezes que sonhasse, um lugar de nada serve se não estiver inteiro nesse lugar!
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Posição de espanto!
Aquela eterna tendência de pensar
que não existo, sem que os outros me reconheçam. Eu sei que algures, em algum
lugar, me esqueci de mim, troquei-me pela opinião de muitos, esses, também
perdidos nessa cruel tendência. Descobri como condicionado sou, pela opinião
dos outros. Ser reconhecido, mostrar ao mundo que existo, múltiplas formas de
mostrar a mim que existo, que sirvo para algo, como se essa batalha não tivesse
fim.Vem sempre o dia, o momento, em que concluímos que o jogo é outro, não és o
que tens, não és o que conseguiste, não és o que tentas de todas as formas
indiciar aos outros que és, pura e simplesmente és, um ser, simples e finito,
humano, com defeitos, virtudes, que apenas deseja sentir paz, tranquilidade,
alegria, amor na sua vida. Como se tornasse urgente elevar o nosso ser á
posição de espanto, como se a partir daí a vida se abrisse, o mundo se tornasse
diferente, e tornou-se diferente porque a cor dos meus olhos mudou,a partir daí,
o mistério não é mais o de tudo, passa apenas a ser
a distancia entre o que antes
perdi, e o que finalmente descobri!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Aquelas palavras!
As palavras que se juntam, que se formam, que
criam uma história, que deixam uma herança, deixam memórias, como se dum legado
se tratasse, as palavras ajudam-nos a transmitir consciência, sabedoria,
experiencia, servem para aos outros ensinar! Com as palavras fazemos a paz, com
as palavras fazemos a guerra, as palavras têm esse poder, definimos nossos
territórios com as palavras. Muitas vezes queremos o impossível, que os outros
nos entendam, quando nós próprios não nos soubemos transmitir, talvez porque
sem as verdadeiras palavras lhes demos isso a entender. Nos encontros e
desencontros, as palavras assumem papel decisivo, uma só palavra serve para
aproximar, também para afastar, as palavras têm esse poder, de nos juntar, de
nos distanciar, as palavras ultrapassam o medo de as expressar! Difícil às
vezes comunicar, porque há barreiras a ultrapassar, achamos que os outros não
nos vão entender, mesmo nesses momentos, as palavras são nossas aliadas, é com
elas que quebramos o gelo, é com elas que ultrapassamos os impasses, porque
outra vez nos fizemos entender! Muitas vezes evitamos usar as palavras,
presumimos que os outros nunca nos vão entender, achamos que se trata duma
perca de tempo, é verdade, perdemos muito tempo, apenas porque as palavras as
evitámos usar!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
O vizinho!
Dizia-me o meu vizinho que o amor (na versão dele)
já não é o que era, que já não há mais respeito, que agora, ninguém quer compromissos,
que nos tempos de hoje, se vive a vida sem horizontes, que agora, as pessoas
pensam só no curto prazo, limitam-se a olhar para o seu próprio umbigo e
decidem de acordo com essa opção, é uma visão, respeitável como outra opinião
qualquer, de facto, somos as nossas circunstancias, e por tendência concluímos
tudo baseado nelas, fossemos nós de outra região, de outro continente, com
outra cultura, pensaríamos de certeza de forma diferente da actual, tudo de
facto é relativo, o que ontem jurámos como sendo uma verdade absoluta, hoje já
duvidamos um pouco, somos assim, corremos e saltamos de conclusão em conclusão,
conforme o ventos sopram, e no inverso, nem vale a pena sermos demasiado
teimosos com as anteriores convicções, a vida vai-nos mostrando, que deveremos ser
como a água que corre no leito do rio, fluída, sem resistência, quando caímos
nessa asneira da teimosia das anteriores convicções, na maior parte das vezes, sofremos as consequências
do isolamento, ser de todos, mas não de todos, talvez seja o caminho, como se
diz no provérbio, “não há que ser forte, há que ser flexível”, como se quando
se pretende ser dono da verdade absoluta, invariavelmente acabamos no fundo do
poço, isolados, no limite não vale mesmo a pena levar-nos muito a sério, é que não
somos mesmo nada de especial, somos
muito, mas também somos pouco, depende sempre do angulo por onde olhamos, mas
uma certeza tenho, sou sempre muito quando faço bem a mim próprio!
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