terça-feira, 22 de setembro de 2015

O Actor



Posso sempre escolher ser actor ou espectador, em ambas continuo espectador, seja do que vivo seja do que observo. Por isso, vou mantendo aquele silencio ensurdecedor, enquanto decido apertar as mãos ao actor que convido novamente a voltar. Como espectador, vou percebendo que o tempo de hoje não vai ser o mesmo tempo de amanhã, porque o tempo sempre me ensina que o tempo de amanhã não existe. Naquele tempo, naquele teatro do Mundo, que há muito vem sendo explorado, tanto na sua forma, na sua alma ou no seu corpo, aparece-me como sendo apenas um intruso. Deparo que no mesmo bairro onde há tanto tempo sobrevivo, umas das trágicas coisas que vou percebendo na nossa natureza humana, é que todos nós temos aquela eterna tendência para adiar o viver.
Vamos sonhando com um jardim mágico de rosas, sempre debaixo do nosso horizonte, ao invés de podermos desfrutar das rosas que vão florescendo em redor das janelas de nossos quartos. Realizo que o grande teatro do Mundo, bem pode esperar lá fora, porque o verdadeiro teatro já se encontra há muito, em meu redor, na minha presença, bem dentro de mim!

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