segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A casa sempre por acabar!



A casa inacabada é tão só mais uma forma de ver e analisar a minha existência. Deparo que já se passou aquilo que considero metade do meu período de vida, e constato que ainda não passei da primeira fila de tijolo! Como se estivesse sempre por acabar, como se estivesse sempre a iniciar o processo de construção. Acabo sempre por descobrir aquele vício que carrego constantemente comigo, que não é menos que aquela auto sabotagem que me habituei a desenvolver, aquela forma de destruir tudo aquilo que já não considero importante. Como se tudo aquilo que fui ontem, hoje já não considere importante. E depois aparece a beleza, sempre naquela sua tão surpreendente aparição, que ao virar de uma esquina irrompe do nada, surpreendendo até aquela minha eterna dúvida sobre se ao tentar sabotar toda a construção do meu edifício, mantenho ainda a vontade de a viver intensamente. A beleza surpreende-me das formas mais variadas, aparece-me sempre do nada, faz com que tudo o que venho desperdiçando, se transforme ela mesmo numa nova esperança. Como se me fosse indiferente voltar a começar de novo, como se a nova fila de tijolo fosse encarada como nova oportunidade de solidificar o muito já conseguido, até porque é na construção que está o caminho. Acabo finalmente por descobrir que a casa talvez nunca vá existir, talvez porque estará sempre inacabada!

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