Engraçado como o tempo funciona em nós, muitas
vezes somos nossos maiores adversários, outras os maiores amigos, dependendo
das circunstancias, algumas vezes nas mesmas circunstancias, somos adversários
e amigos, somos uma constante rotação de conclusões, vamos concluindo, vamos
fechando etapas, umas ganhas outras perdidas, mas todas contando para a corrida
do tempo, não sabendo nunca quando essa corrida terminará, acho esquisito
falar do meu tempo porque sou fixado no mito da eterna juventude, depois de
vinte, de trinta, de cem anos, nem o tempo é mais nosso, acabo por entender que
o meu dever é de apenas cumprir o mito de ser hoje! Mas o tempo primeiro fixa o
nosso tempo, sem nunca primeiro o avisar. Porque essa é a sua verdadeira
natureza, viver nunca sabendo a extensão do mesmo, algo como, vê lá se aproveitas
enquanto é tempo, porque não sabes quando outra virada acontecerá. No entanto,
volta não volta, esqueço-me, distraio-me, perco a noção da realidade, confesso
que é uma constante, perder a noção da realidade, mas há algo que me chateia
com a ideia do tempo, é não tornar a admirar nunca mais, o pôr-do-sol naquela
praia, algo que me deixará vazio para sempre, achar que mesmo quando deixar de
ser tempo, o pôr-do-sol naquela praia continuará, como se tornasse uma imposição, deixar tudo para trás, porque se o vivi, se o adorei, terá que permanecer
comigo para todo o sempre, talvez sim, talvez não, enquanto isso, vou realizando que quanto mais velho me torno, mais futuro garanto ter!
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