Ao passar
naquela praia lendo o letreiro que diz, “para quem navega sem rumo, não há
ventos favoráveis,” sou forçado a chegar a inúmeras conclusões, como se essa
verdade tão característica dos homens do mar, se adaptasse duma forma eloquente
ao meu percurso. Sem vento pelas costas não é possível navegar, embora
navegando sem rumo, mesmo com vento pela retaguarda, o resultado não é melhor,
o barco ruma mas sem destino, como se o tempo navegado fosse tempo perdido! Há
uma forma de me decidir a compreender os caminhos que se apresentam, como se de
uma equação se tratasse. Nas encruzilhadas que me são apresentadas, tenho o
poder de escolha, mas também o poder de negar o óbvio. Só é possível quando a
clareza da escolha não me oferece dúvidas, se tenho o vento pela retaguarda, o
rumo traçado, a bússola indicando-me a direcção correcta, ninguém duvida que a
minha navegação terá resultados favoráveis. Será assim? Talvez. Terei a certeza
no final do percurso? Talvez não. Ao invés, talvez antes prefira, parar em cada
porto, gozar o que me é oferecido, ajustar novamente a bússola, partir para
nova viagem, curta, mas preenchida!
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