Fica aquela ideia
de quando se tem cara de novo, é para sempre, como se o tempo nunca passasse
por aquela pessoa, vai criando algumas rugas na face, mas aquele ar de novo, de
menino, parece nunca fugir-lhe. Tal como a idade, o amor, pode parecer sempre
novo, de facto é sempre novo, podemos andar de paixão em paixão e parece-nos
que é sempre diferente, talvez, mas convenhamos que um pouco cansativo. É como nos
conflitos, vivemos ou morremos, no amor também não existe meio-termo, não se
engana o amor, não inventamos uma declaração de amor, seria como tirar a melhor
música dum disco riscado! O amor é como a música, tem que estar afinado, não se
retira música duma orquestra desafinada, não se vive amor quando ambos
desalinhados, sem afinação, a música não nos agrada, assim também é no amor. No
amor também existe mentira, nem que seja aquela mentira que se pretende gostar, sim
conta-me essa história que tanto gosto, sabes porquê? Porque foi assim que a
idealizei, por favor não te enganes e não me enganes, prometo que assim me
deixo enganar desde que me contes aquela história em que tudo acaba em
bem, sabes que há muito finjo acreditar nas tuas histórias, mas não interessa,
até acho que é melhor assim, fingimos os dois que acreditamos, assim ninguém se
magoa, como se o amor dessa forma se tornasse enganador… Eu sei que algures,
mais adiante na minha vida, hei-de encontrar uma forma de não mais me enganar,
como se alguém estivesse á minha espera em casa quando eu acabasse de chegar,
como se nesse momento, não houvesse outra forma de me continuar a esconder,
como se os meus olhos se tornassem nos teus. Sim tu hoje podes continuar a história
que antes não quis mais escutar, hoje prometo que os teus olhos também serão os
meus, prometo que também a minha história sobre ti acabará em bem,
manterei a minha cara de novo, mesmo que para isso o tempo deixe por mim passar!
Sem comentários:
Enviar um comentário