Tal como nos iludimos, julgando sermos donos das coisas ou dos outros, vou
preferindo o passado ao futuro, na ideia que nada pode melhorar. Realmente sou
levado a acreditar que arranjo sempre maneira de tudo transportar comigo, sejam
as amizades que se perderam, fossem os amores que não deram certo. A capacidade
que tenho em despertar os fantasmas á muito enterrados, é a mesma capacidade
que me faz acreditar, que nada do que é importante se perde verdadeiramente!
Sou o mundo que transporto, as vivências experimentadas, os desamores vividos,
as desilusões sentidas, as alegrias que se viveram, os objectivos cumpridos!
Amar intensamente é a solução, amar nunca foi o problema, apenas a minha forma
de amar. Não sou de ninguém, não sou dono de nada, apenas tenho a possibilidade
do aluguer, do empréstimo sem termo certo, uso enquanto não estrago, quando
tomo posse, o encanto esvai-se, perde-se, desaparece. Sou levado a imaginar que
nada tenho, que tudo possuo, hoje pobre, ontem rico, sendo que a riqueza não se
mede pelo que tens, antes pelo que vales! A eterna dúvida se vale ou não a
pena, lutar para dobrar o cabo da esperança, lutar contra os demónios imaginários, aqueles que
sempre existiram, mas que nunca apareceram de tão imaginários que eram. Mas sim, vale a
pena dobrar o cabo imaginário, e procurar encontrar á esquina, tudo aquilo que procuro ser verdadeiramente!
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