Há uma forma
hábil que fui descobrindo no encobrir das minhas sensações. Como antes alguém
dizia, todos os dias mentimos um número superior a dez vezes, seja aos outros,
seja a nós próprios. Atrevo-me mesmo a dizer que, no que toca a mim próprio,
devo usar essa técnica de mentir a mim próprio, muitas vezes ao dia. De uma experiência, ou de uma fuga a algo, tornou-se um hábito, como se me tivesse
tornado profissional nessas andanças. Não vem mal ao mundo, aliás o mundo pouco
ou nada se importa com o que faço comigo próprio, ou nada sabe do que
habitualmente cozinho comigo próprio, é uma rotina de que me tornei muito
experimentado. Tudo a propósito da escolha que faço no uso dos óculos para ver
o mundo. O mundo é o que vejo dele, depende da cor dos óculos que utilizo, o
mundo não muda, muda sim a forma como vejo o mundo.
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