Aprendi que
saber estar, tem muito que ver com a intensidade, ou a falta dela, que me
habituei a colocar nos momentos da minha existência. Sou daqueles que quero
tudo para ontem, lido mal com a espera, com o tempo que tudo demora a acontecer.
A velocidade da minha existência, das circunstâncias que me rodeiam, raramente
coincide com os anseios, as vontades, as projecções que alimento interiormente.
Como se a vontade de tudo acontecer, fosse tão intensa, que acabasse por quase
me devorar internamente. É evidente que padeço desse problema, realmente tudo
tem um tempo, nascemos ao fim de nove meses após a procriação, não é no segundo
seguinte, uma escadaria de duzentos degraus faz-se degrau a degrau, não duma
vez só, para me graduar na faculdade, tenho de começar na primária, sei que aos
dez anos de idade, não tenho ainda a maturidade que me reconheço aos sessenta.
Tudo para concluir que, ao caminho que efectuo durante a minha existência,
percorro em simultâneo um outro totalmente diferente. Coincidem os dois?
Raramente. Sussurra-me aquela voz longínqua, não te basta quereres, é preciso
fazeres. Os dois caminhos entram muitas vezes em conflito? Muitas. Embora seja
levado a concluir, que finalmente acabo por encontrar a estrada interior,
quando extenuado desisto pelo cansaço. Acredito que, por muito longa e estreita
a estrada se faça, sei que depende de mim adormecer todas as noites no colo da
paz!
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