terça-feira, 16 de outubro de 2018

Os dois caminhos!


Aprendi que saber estar, tem muito que ver com a intensidade, ou a falta dela, que me habituei a colocar nos momentos da minha existência. Sou daqueles que quero tudo para ontem, lido mal com a espera, com o tempo que tudo demora a acontecer. A velocidade da minha existência, das circunstâncias que me rodeiam, raramente coincide com os anseios, as vontades, as projecções que alimento interiormente. Como se a vontade de tudo acontecer, fosse tão intensa, que acabasse por quase me devorar internamente. É evidente que padeço desse problema, realmente tudo tem um tempo, nascemos ao fim de nove meses após a procriação, não é no segundo seguinte, uma escadaria de duzentos degraus faz-se degrau a degrau, não duma vez só, para me graduar na faculdade, tenho de começar na primária, sei que aos dez anos de idade, não tenho ainda a maturidade que me reconheço aos sessenta. Tudo para concluir que, ao caminho que efectuo durante a minha existência, percorro em simultâneo um outro totalmente diferente. Coincidem os dois? Raramente. Sussurra-me aquela voz longínqua, não te basta quereres, é preciso fazeres. Os dois caminhos entram muitas vezes em conflito? Muitas. Embora seja levado a concluir, que finalmente acabo por encontrar a estrada interior, quando extenuado desisto pelo cansaço. Acredito que, por muito longa e estreita a estrada se faça, sei que depende de mim adormecer todas as noites no colo da paz!

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