quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O outono!


Durante as horas em que este verão, longo, que tarda em partir, coloquei-me perante o dilema, mais do que tudo, prefiro o frio ou o calor? Gostava, já agora, que parecesse sempre outono, como se no meio-termo, tivesse mais facilidade em me encontrar. O outono, talvez me traga aquela melancolia que me prepara para a saudade que tanto anseio manter. As saudades, tal como o outono, têm parecenças, ambas me transportam para a ausência, ambas descendem de algo que sei ser impossível realizar, da luz que já foi, do inverno que se avizinha. No outono, encontro o equilíbrio, os dias ainda têm aquela luz suficiente para me trazerem o sorriso de criança, daquela criança que tarda em assumir-se adulta. De facto, existe alegria em qualquer fase do nosso percurso de vida, da alegria inconsciente, imatura da idade jovem, até aquela alegria que se limita a contentar-se em ter saúde, tudo isto após a dieta e a mistura, do bom senso com a virtude. Acho que se tiver um pouco de sorte, vou escolher abandonar a solidão, até porque na solidão, está o vazio, não há festa. Do alto do meu lugar, deixo a solidão, para ser de novo quem deixei de ser!

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