Que não me contente com uma fotocópia distorcida
da vida, que lute pela plenitude, que ponha tudo em causa, que não aceite tudo
o que me é dito como uma verdade absoluta, questionar sempre, talvez tudo seja
verdade, talvez tudo seja mentira, talvez haja verdade na mentira, talvez o
contrário, só o saberei se me questionar, talvez em tudo encontre uma razão,
talvez a razão não exista, talvez exista apenas a minha vontade, de que tudo
aconteça tal como a idealizei, mas para que me serve a razão, a razão é só
isso, apenas uma constatação de um facto, nada mais, o que torna tudo mais real
é o sentimento que aparece sempre após a razão, esse marca, pela positiva ou
pela negativa, vivo de factos, não vivo de razões, desisti há muito de entender
os deuses, ou de encontrar razões para a
desordem instaurada, seja a desordem do que acho que vem do divino, seja a
desordem instaurada pelos humanos, as desordens cruzam-se, estarão sempre
umbilicalmente misturadas, acabo por constatar que sei apenas do que aos homens
diz respeito, acabo por constatar que nada sei, no que ao divino diz respeito, nasce uma
esperança, que entre o possível e o impossível encontre uma forma de os
imaginar a ambos, ao dos homens e ao do divino, presumo que talvez a verdade,
esteja escondida entre essas duas variáveis!
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